sexta-feira, maio 30, 2008

Dreams...

Tumor no cérebro. Era o que eu tinha. Um tipo de tumor no cérebro com uma cura não reconhecida por nenhum médico na galáxia.
Não era só eu quem tinha. Havia um colega com o mesmo "problema". E não éramos só nós dois. Milhares de outras pessoas tinham essa mesma doença, incurável.
Depois de meses de estudos, descobri uma cura imediata, porém não em nosso mundo. Um mundo inatingível, com meio de comunicação escasso.
O fim, então, era próximo. Passei meus últimos dias emagrecendo e sem fome nem sede, gritando e sorrindo ao mesmo tempo para as pessoas em função do sintoma do tumor, que debilitava minha habilidade de discernimento.
Eu havia descoberto a cura, mas não conseguia contato com os seres que a detinham. Passei ao governo as informações necessárias, como coordenadas do planeta e sua única freqüência de comunicação. Agora só restava aguardar o fim, e rezar por um milagre.
Reuni as pessoas que amo num campo aberto nos subúrbios da cidade, a fim de me despedir desses entes queridos.
Meus pais, meus avós e alguns amigos eram as pessoas de quem me lembro ter falado com maior pesar, mas havia uma em especial, que quando abracei e beijei, pareceu parar o tempo.
Mariana. Minha companheira e confidente, compreensiva e apaixonada. Quando a levei em meus braços, a energia emanava em nós dois como uma chama em seu maior ardor. Pensei ter visto tudo ao meu redor parar nesse instante, sobrando um silêncio e serenidade que poucas pessoas (penso eu) tem o privilégio de presenciar...
Ao longe, pude ouvir o silêncio ser quebrado por um som de engrenagem misturada com algum tipo de dispositivo laser. Um ruído nunca ouvido antes.
O que se aproximava parecia ser feito de gelo ou diamante, em forma oval, achatada. O som ficava cada vez mais perturbante, e meu tumor reagia de forma agressiva, deixando-me nauseado e com sono.
Uma nave! A mesma nave que eu sonhava me salvar durante meses, finalmente ao meu campo de visão! A nave se aproximou o suficiente para tapar completamente o sol daquela manhã, e então, como uma espada que cortava o céu, uma rajada de luz emergiu do centro da aeronave liberando uma espécie de elevador, como se me convidando à vida.
Sem pestanejar, subi na plataforma com o sorriso de uma criança que tem seu primeiro presente em mãos, e aguardei a cura.
Olhando para cima podia avistar centenas de pessoas com o mesmo sorriso que o meu, as pessoas que compartilhavam do meu destino não mais maligno. Aquelas pessoas na nave já haviam sido curadas! Era apenas questão de tempo para eu me juntar à elas!
Envolvido nesse pensamento de júbilo, não percebi meu coração batendo mais fraco (cada vez mais fraco), minha vista tornando-se negra, e meu corpo inteiro formigar. Nunca mais abri meus olhos de novo.
Naquela terça-feira, eu morri. Todos os que tiveram um dia o tumor haviam sido curados, mas o meu havia se alojado em meu corpo antes de todos os outros.
Consegui a cura, levei-a ao governo, e salvei essas pessoas. Morri, mas conquistei a vida...

domingo, abril 20, 2008

Chorem, Bambis...

Isso é o que EU tenho à dizer...

quinta-feira, abril 10, 2008

Hipocrisia

A "corrida para a casa branca" nos Estados Unidos camufla o massacre militar americano em todo o Oriente Médio, pois uma mulher é favorita ao cargo, e isso é sem precedentes. Ainda nos Estados Unidos, um representante da empresa aérea American Airlines vem à público e informa que "a economia americana e a própria empresa não aguentariam se os vôos continuássem a atrasar", sem levar em consideração que seus clientes utilizam do serviço para visitar entes queridos, viajar a negócios ou até mesmo por razões médicas. O que importa é a economia.
Na Inglaterra e na França, o comitê que carregava a tocha olímpica sofreu manifestações físicas, pois os Chineses, que sediam as Olimpíadas esse ano, estão fazendo o chamado "Holocausto no Tibet". Em São Francisco e na Argentina, o comitê sofreu o mesmo abuso.
No Brasil, o assunto até o mês passado era o Big Brother Brasil 8. Agora a mídia caiu como abutre em carne podre na história de uma garota que foi supostamente "jogada" do 6º andar de um prédio. Incessantemente, os jornais e revistas dissecam o assunto impiedosa e brutalmente, não levando (é claro) em consideração a discrição e sentimentos dos entes queridos.
Renato Aragão era um trapalhão. Agora é embaixador da Unicef.
Edson Arantes do Nascimento é o ser humano mais egoísta, arrogante, aproveitador e acéfalo que conheço. Curiosamente, é uma das peças mais usadas pela ONU.
Clientes de um banco sofrem de fraude. Esse banco culpa o estabelecimento, o estabelecimento culpa a Administradora, a administradora culpa o cliente, e o cliente culpa o banco. O círculo vicioso se fecha e nada é feito.
Baseado nesses e em outros fatos, hoje, dia 10 de abril de 2008, relutantemente pensei pela primeira vez se minha tão badalada carreira como diplomata vale à pena.
Conhecendo a situação mundial hoje, ou viro um dos lobos e fico cego aos olhos da justiça me tornando um dos poderosos, ou, como cordeiro, passo fome e morro tentando consertar o que é aparentemente "inconsertável".

quarta-feira, março 19, 2008

O Coração do Universo

"Certa vez, muito tempo atrás, o Fogo se apaixonou pela Água. Uma paixão tão intensa que queimava e consumia tudo ao redor, criando vulcões e rios de lava incandescentes.
A Água, lisonjeada pela ardência de tamanha paixão, queria dar uma chance à seu elemento oposto, mas sempre que os dois se tocavam, explodiam em nuvens de vapor. Os dois amantes eram incapazes de manter o toque um do outro.
Entristecido por causa do amor proibido, o Fogo lamentava seu sofrimento. O Ar, que passava ventando ali por perto, viu o elemento resmungando e perguntou o que havia. O Fogo lhe contou sobre sua paixão impossível pela Água.
Comovido pela situação do amigo, o Ar se dispôs a ajudar:
“Fogo”, disse o Ar, “eu posso ajudá-lo a concretizar seu amor pela Água, mas pra isso você teria que abrir mão de sua própria essência. Você sacrificaria as suas chamas, o seu calor infernal pelo seu amor?”
“Sim”, respondeu o Fogo, “Sim”, repetiu.
E então, o Ar se aproximou da Água e começou a ventar muito forte, soprando sem parar o elemento líquido para cima do elemento flamejante. O Ar era puro vento, mais intenso que o mais forte dos furacões; tão intenso que abafou o calor do Fogo; tão intenso que congelou a Água; tão intenso que uniu os dois elementos opostos.
Quando o Ar parou de soprar, o Fogo reacendeu infernal, flamejante como sempre. A beleza líquida da Água voltou a inundar tudo em volta. Mas ali, bem no meio onde os dois elementos opostos haviam se unido, estava a prova eterna de seu amor. Congelada para sempre no formato de um coração estava uma chama. A chama que unia o Fogo e a Água. A chama congelada de um amor impossível.

Dizem que a chama congelada em forma de coração caiu no nosso mundo. Os que já a encontraram afirmam que ela tem um poder quase infinito. Um poder imensurável, o poder do amor. O poder capaz de curar qualquer ferida, qualquer Mal. O poder de trazer a felicidade. Dizem que essa chama congelada é o próprio Coração do Universo."

-Conto escrito por Ultra Gameboy

quinta-feira, março 06, 2008

Nós somos hipócritas. Não sabemos ser educados e nem conseguimos aceitar uma crítica.
Sabemos que somos macacos, mas negamos esse fato, pois temos que ser seres com cérebro super desenvolvido. Somos arrogantes.
Nós nos vestimos com roupas caras para obter prestígio, concorremos para ver quem possui o carro mais "moderno", atropelamos colegas de trabalho por aquela promoção que vai pagar o empréstimo pessoal que você fez no mês passado, justamente para comprar aquele laptop ou iPod, só porque um conhecido seu comprou primeiro. Nós odiamos e sentimos inveja.
Vendemos coisas que nos são inúteis para pessoas que farão algum uso real desse objeto, pois a partir do momento que alguém se interessa pelo que temos, conseguimos a atenção e o poder que nos dá a alegria fútil e sensação de grandeza que tanto precisamos, então é claro que não vamos dá-lo.
Se estamos sozinhos, não damos esmola. Se estamos acompanhados, esvaziamos a carteira no mesmo mendigo que foi chutado na boca no dia anterior por nossos sapatos polidos.
Nós escrevemos textos como esse para passar uma sensação de indignação mas, na verdade, o que estamos fazendo é tentar escrever um texto bom o suficiente para recebermos elogios e possivelmente conseguir algo com o sexo oposto (não no meu caso, eu namoro muito bem, obrigado)
"Somos ao mesmo tempo as mais belas e mais feias criaturas do universo", ouço dizer em vídeos e textos que encontro por aí. E querem saber? É verdade.
Deus (aka. Buda, Alá e tantos outros) nos amaldiçoou com a consciência. Nós não temos desculpa.
Nós matamos, roubamos, furtamos e odiamos, e sabemos muito bem que fazemos isso.

Não sei ao certo porque escrevi esse texto hoje. Estou feliz, tenho pessoas que me amam ao meu lado, uma casa, um emprego e comida na minha mesa, mas senti uma necessidade absurda de dissertar algo "metendo o pau" em todos nós. Com fundamento ou não, está aí.
E adivinhem só? Mas é CLARO que eu me senti ótimo escrevendo isso, porque é muito fácil criticar.
O difícil é solucionar.

domingo, fevereiro 24, 2008

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Retrógrado?

Um mês sem postar...
Em um mês, eu fui demitido de um emprego de "merda", fui admitido em um emprego "não tão merda", recebi de braços abertos minha namorada em casa, fui pra Oliveira, MG no carnaval (de Lei), fui convidado à ser tradutor de séries (mas recusei), dei risada, chorei, fiquei nervoso, tranquilo, deprimido, feliz...
Pode se dizer que estava um tanto quanto ocupado.
Foda-se. Foda-se que eu estava ocupado!
No meio de tanto "drama", parei de fazer duas coisas que me deixam são: Escrever (somente no Blog, infelizmente, mas um dia consigo uma coluna em algum jornal de quinta) e ler.
Eu não li UM livro sequer nesse ano de 2008! Eu, que tenho cerca de 15.000 livros em casa, não li UM!
De qualquer forma, volto a escrever (pelo menos isso) com o intuito de "concretizar" de alguma forma minhas neuras, meus pensamentos e minhas reivindicações, seja pra mim mesmo, seja para qualquer outro.
Não tenho leitores, então me sinto um autista na frente do espelho, mas dane-se. Escrevo mesmo assim.
Pra finalizar, fui convidado também à participar de um grupo de comédia "Stand-up", então estou me considerando "muito engraçado".
Termino esse post nonsense com uma situação que me veio hoje pela manhã, quando ainda nem tinha acordado direito (essa é minha desculpa pela falta de sagacidade e fator humorístico) e penso nisso como o "passinho de bebê" para o stand-up...aí vai:

"Se você é um cara pálido e branco, mas tem seu olho normal, você é branco...se você é um cara pálido e branco, mas tem o olho puxado, é amarelo!
Então, se você é moreno, é considerado "negro"...mas se você é moreno e tem o olho puxado, é o Tiger Woods."